O ato de perdoar
- rosanevellosopsi
- 10 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 27 de nov. de 2020
O psicólogo americano Everett Worthington é um importante pesquisador sobre o ato de perdoar. Se dedicou a este estudo após perder sua mãe assassinada por ladrões que a espancaram com um taco de beisebol na noite de Ano Novo.
O Dr. Worthington descreve um processo de cinco etapas que denominou de REACH. Afirma não ser rápido ou fácil esse processo de perdão, mas que é possível.

Foto de Andrea Piacquadio no Pexels
O “R” corresponde à recordação da ofensa, de uma maneira bem objetiva. Visualize o evento.
O “E” corresponde à empatia. Você deverá compreender o porque aquela pessoa praticou a ofensa. Não é nada fácil, mas crie uma história plausível que o transgressor poderia contar se alguém perguntasse sobre o evento. Worthington descreve as seguintes situações para facilitar a nossa compreensão:
quando as pessoas sentem sua sobrevivência ameaçada elas ferem inocentes;
aqueles que atacam geralmente estão assustados, ansiosos e magoados;
o que leva uma pessoa a atacar outra é a situação em que ela se encontra, não sua personalidade subjacente;
as pessoas em geral não pensam que vão ferir o outro, elas apenas se descontrolam.
O “A” corresponde a altruísmo. Lembre-se de uma situação em que você agiu mal e foi perdoado. Você precisava receber isso e ficou agradecido por isso, e uma dádiva faz bem a quem recebe e a quem oferece. Porém, não oferecemos essa dádiva por interesse próprio, mas para o bem do transgressor. Se você perdoar de má vontade não vai adiandar nada, pois não se sentirá totalmente livre.
O “C” corresponde a compromisso, ou seja, quando você se compromete publicamente a perdoar. Worthington faz com que o cliente, em seu consultório, assine um “certificado de perdão”. Faz com que escrevam uma carta perdoando ou compõem uma música ou um poema, ou contam a uma pessoa de confiança o que fizeram.
Esse movimento leva à etapa final.
O “H” corresponde a honrar o perdão. É uma etapa muito difícil, pois as lembranças voltam. O perdão não é uma borracha que apaga a ofensa (o que aconteceu), mas sim, a mudança no que as lembranças trazem com elas. Não se deve ficar remoendo as lembranças, mas ler o documento que fez.
O que faz desse método uma ciência,
são os estudos existentes de controle de resultados que medem as consequências de procedimentos como REACH. Os componentes da intervenção foram cuidadosamente estudados e comparados com ênfase em ofender-se menos e revisar a história da ofensa, visando uma maior objetividade. Os resultados foram: menos raiva, menos stress, mais otimismo, sensação de boa saúde e mais perdão.
Acredito ser o perdão, um excelente exercício para se alcançar um bem estar, uma vez que se estará livre do sentimento de mágoa e de vingança em relação a pessoa que te afeto.
Rosane Velloso
Psicóloga clínica
Fonte: Seligman, Martin E. P. . “Felicidade Autêntica”. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.(pag. 130-132).
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